domingo, 17 de julho de 2011

Capítulo I


Diário de Ámelie



 Querido Diário, mais uma vez escrevo aqui minhas angústias e dúvidas, és meu único amigo e o único que me lembra que ainda estou viva neste lugar maldito. Ontem novamente ele venho tocar para mim. Mas quem ele é? De onde vens? O quê sabes sobre minha pessoa? Quais vossas verdadeiras intenções para comigo? Será que sabes de minhas angústias noturnas? Será que esta criatura encantadora realmente existe? Ou será apenas mais uma criação de minha mente insana?
São perguntas sem respostas, que me faço quando todas as noites ele vem junto com a brisa noturna e o ladrar dos lobos distantes até minha janela, e toca, aquela canção, que ouço em meus sonhos, toca com sua alma, toca minha alma, toca as batidas exaustas de meu pobre e magoado coração. Toca meus medos, meus anseios, embala a canção mais doce e mais fúnebre que nem mesmo Amadeus ousaria compor. Como todas as noites, soará meia-noite e meu violinista embalará meus sonhos. Deus ajude que não seja apenas fruto de minha imaginação.


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